domingo, 30 de maio de 2010

Lei n° 4.079 muda a realidade de ex-presidiários.


Ser discriminado pela sociedade e não conseguir emprego por ser ex-presidiário não faz parte da história de Evandro Rodrigues Lima. Aos 19 anos,ele matou por vingança um jovem de 18, que havia confessado ter assassinado um grande amigo de Evandro, que este considerava um irmão. Foi autuado no artigo 121, por homicídio. Há 9 anos pegou pena de 17 anos de reclusão. Já cumpriu um terço da pena e recebeu o benefício do regime semi-aberto: trabalha durante o dia e dorme no presídio. Quando cometeu o crime, Evandro estudava e trabalhava com serigrafia. Não tinha passagem pela polícia nem vida marginal. Quando foi
preso, sua mulher o deixou. Na prisão, Evandro descobriu que o jovem que havia matado não era o assassino de seu amigo. Seu arrependimento e remorso aumentaram. São sentimentos que carrega até hoje e que nunca deixarão de existir, mesmo sabendo que está pagando sua dívida com a sociedade.

A Lei n° 4.079, de autoria do deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSL), garante aos apenados em regime semi-aberto e egressos do sistema penitenciá-rio 2% das vagas nas contratações para
prestação de serviços com fornecimento de mão-de-obra ao Estado. Evandro foi agraciado por essa lei. Hoje, ele trabalha como garçom na Defensoria Pública e recebe R$ 470,00 por mês. Orgulha-se de entrar numa loja e poder comprar o que quiser, pois possui cartões de débito e crédito. Mas não foi o salário a sua grande conquista. “Hoje tenho dignidade. Não há nada melhor do que chegar em casa e ter o carinho e respeito do meu filho e da minha família. Sou visto com outros olhos pela sociedade”, diz. Separado e pai de um filho de 9 anos, que mora com a avó, Evandro recebe o indulto dos chamados 'saidões' e pode visitar a família nesses dias. Para o deputado, a importância dessa lei é reinserir o ex-interno na sociedade. “A sociedade não dá oportunidade para que ele se recupere. Devemos pensar que ele já está pagando sua dívida. Vamos emprestar nossa confiança! Não pode mos criar mecanismos para que ele volte para lá. Quando não encontra oportunidades e é olhado com desprezo, por muitos, o sentimento de revolta cresce. Quando negamos uma oportunidade e fechamos as portas, as únicas que se abrem são as do presídio. Não podemos continuar com essa bola de neve”, afirma Ribeiro.
fonte: http://www.raimundoribeiro.com.br

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